por Franciel Cruz
Quando Juan marcou o gol de empate do Vitória diante do poderoso
Jota Takeshita, aos 41 minutos do segundo tempo da infâmia de ontem à
noite no Estádio de Pituacivisky, muitos torcedores não vibraram. Ao
contrário. De punhos cerrados, olharam para o alto de uma cabine e
mandaram Carlos Falcão, atual presidente do Rubro-Negro, tomar no velho
monossílabo.
Naquele que era pra ser um fugaz momento de alegria, o recado foi
claro: nós sabemos quem é o culpado por todas as ignomínias que, cada
vez mais, tomam conta do Clube. Era uma das primeiras, senão a primeira
vez, que o Vitória fazia um gol e torcida amaldiçoava o comandante (?)
supremo. É óbvio que nos muitos séculos que frequento a arquibancada, já
havia presenciado a torcida se revoltar contra jogadores, técnicos e
outros mordomos na hora do gol do time. Contra gente que habita o andar
de cima, é algo raro, digno de registro.
Porém, no meu modesto entendimento, o recado me pareceu insuficiente.
Calma, minha senhora, nada tenho contra os palavrões. Aliás, o
inverso é o verdadeiro. Entendo que xingar é uma catarse, que funciona
como experimentação de sentimentos, ainda que efêmeros, de liberdade. E
poucas coisas são mais relevantes do que a sensação, mesmo que
provisória, de ser livre.
Porém, é preciso ir além dos palavrões. Não podemos nem devemos nos
contentar somente em despejar impropérios (por mais justos que sejam)
contra a diretoria. É hora de darmos o passo adiante e lutar
efetivamente pela construção de um Clube democrático, exigindo eleições
diretas, transparência, profissionalismo e respeito ao torcedor.
Há alguns bons dias, escrevi que o presidente deveria estar na vanguarda deste processo libertador, sinalizando no sentido das necessárias mudanças. É óbvio que ele fez ouvidos de mercador, com a complacência dos radialistas amigos.
Então, Rubro-Negros, mais do que nunca, é hora de transformar nossas
palavras de ordem em ação. E o melhor caminho é a mobilização para a
realização de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) o mais rápido
possível para que possamos deixar de ser meros espectadores e nos
transformamos em verdadeiros protagonistas na história de nosso Clube.
Diversos grupos já estão debatendo tal proposta. Creio que, no
máximo, até o fim de abril tal manifesto já tomará as ruas, becos,
vielas, bares, budegas, redes sociais e, principalmente, as
arquibancadas desta província lambuzada de dendê, de sacanagens, mas
também de muitas lutas.
Fique ligado e participe.
P.S Esta é uma batalha onde não haverá retrocessos, independentemente do que ocorra nas quatro linhas. Victoria Quae Sera Tamen
Nenhum comentário:
Postar um comentário