quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Qual será o futuro do Barradão?

Prestes a completar 27 anos de história, o Barradão continua refém do descaso e vê o seu futuro entranhado entre promessas vazias e silêncio dos seus responsáveis e candidatos a tal. A torcida já demonstrou a sua preferência pelo ‘Santuário’, mesmo diante da moderna e grandiosa Fonte Nova. Mas a atual diretoria insiste em não concretizar um discurso, enquanto assiste as mais inusitadas promessas dos opositores. Quem sofre? A torcida, que se morde de inveja e se contorce de raiva diante da realidade de que o boom da modernização dos estádios brasileiros não chegou ao Barradão. Mas por que não chegou? Há uma série de teorias.
Muitos dizem que foi para viabilizar a construção da Arena Fonte Nova. Na teoria, o consórcio que administra o estádio dependeria dos jogos do Vitória na arena para alcançar a margem de lucro pretendida. A boa relação entre o consórcio, a diretoria rubro-negra e diversos setores da política, empresariado e imprensa esportiva local já seriam suficientes para comprovar a ideia. Pesam ainda a presença de conselheiros do clube lotados na administração da arena. Há quem goste da ideia, mas essa parcela é minoria entre a torcida.
A outra teoria é de que o Barradão se tornou inviável. Esta poderia ser quebrada facilmente com o recente projeto apresentado pela arquiteta Fernanda Almeida, unida aos convênios assinados com o governo do estado, que envolvem desde a construção de uma via estruturante de acesso expresso entre o estádio e a Avenida Paralela, a famosa Avevinda Barradão (ou Via-expressa), até a reestruturação do estacionamento, construção de campos de treinamento, quadras, vestiários e um ginásio. Entretanto, essaa teoria permanece viva no discurso subjetivo da atual diretoria.
Em entrevista ao programa Grito Rubro-Negro, da rádio Metrópole, há algumas semanas , o atual vice-presidente e mais cotado para assumir a presidência do clube, Carlos Falcão, reafirmou o atraso no projeto  da Avenida Barradão. O edital para a construção da via-expressa ainda não foi lançado e a verba já fez aniversário nos cofres da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado, a Conder. Neste final de semana foi a vez do atual presidente do clube, Alexi Portela, dar entrevista ao mesmo programa. Entre tantas perguntas, Alexi criticou a Supertintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador)  pela má atuação durante os jogos do Vitória no Barradão.
Questionada pelo Arena Rubro-Negra, a  Transalvador informou que “não há má vontade por parte do órgão. É feita uma operação padrão, geralmente com quatro ou cinco equipes, a depender da magnitude da partida. Bloqueamos o trânsito em frente ao estádio com duas equipes, e as outras duas atuam no acesso pela Av. Paralela. Ônibus não circulam nas vias próximas nos intervalos de uma hora antes e uma hora depois do jogo. Ainda alertamos aos torcedores que saiam cedo em direção ao estádio, se não ‘o bicho pega’”.
A teoria que sobra é a mais abraçada pela maioria dos torcedores: é a de que falta ousadia e vontade por parte da diretoria para viabilizar o Barradão. O puxadinho da nova sala de imprensa, os bancos de praça ao lado dos bancos de reserva, os remoldes e armengues que são feitos no estádio transparecem o desleixo e abandono do equipamento. Quem esteve presente nos últimos dois jogos no estádio pôde perceber que até a iluminação pública do entorno do Manoel Barradas está danificada. Nem é preciso falar sobre o breu que existe do lado de dentro.
As reformas na área estacionamento que estão em andamento darão um novo status ao Complexo Benedito Dourado Luz, aumentando a eficiência do CT Manoel Pontes Tanajura. Somado ao ginásio, o Vitória terá um grande complexo esportivo dentro de Salvador. Restará o estádio, o sonho de consumo dos mais de 15 mil rubro-negros que frequentam o Barradão¹, e que pode ser concretizado com apenas um pouquinho mais de respeito, um pouquinho mais de ousadia e só um pouquinho mais de vontade.

Na foto, com créditos à Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, o secretário da mesma, Cícero Monteiro (à direita), o atual presidente do Vitória, Alexi Portela (à esquerda) e o futuro presidente do clube, atual vice, Carlos Falcão. 

Fonte : Arena Rubro Negra

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