sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O sofirmento do torcedor do Vitória

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Torcer para o Vitória no Barradão requer uma dose extra de coragem. Porque se já é complicado para quem vai de carro e reclama dos constantes engarrafamentos na saída do estádio, acredite: existe situação pior. Pegar ônibus para retornar ao lar, principalmente nos jogos que terminam na madrugada, é um drama.
A iluminação pública é limitada. Ônibus, quando aparecem, não param no ponto. Não é a toa que apenas 88 pessoas foram até a bilheteria pagar ingresso para o jogo entre Vitória e Coritiba, na última quarta, às 21h50 (as outras pouco mais seis mil pessoas no estádio não compraram entradas).
A TARDE acompanhou três torcedores que dependem do transporte público no retorno para casa, todos moradores de Pernambués. Caio Filipe, Caíque Ribeiro e Ícaro Silva seguem uma maratona perigosa sempre que vão ao estádio. Enquanto aguardavam o coletivo, conversaram com a reportagem.
“Temos que correr até São Marcos e rezar para que um ônibus pare. Geralmente os motoristas passam direto e ainda fazem gestos obscenos com a mão. É um perigo torcer para o Vitória”, conta o torcedor Ícaro, que assegura ainda não ter sofrido assalto, mas teme que este dia chegue em breve.
Quando o ônibus não passa, como foi o caso na última quarta, os três amigos andam quase 10 km até a Paralela, na tentativa de encontrar mais coletivos operando. “Após o jogo contra o Coritiba, esperamos até as 0h50 e fomos para Paralela. Às vezes andamos até Pernambués. Tem locais perigosos que passamos picados (correndo). Como o presidente Alexi Portela pode cobrar presença de público? É fácil falar quando se tem um carro”, disse Caio.
Para o presidente do Vitória, a culpa não é dele, que diz que o torcedor rubro-negro precisa exigir das autoridades uma melhoria no ordenamento e transporte público. “Entendo o torcedor, mas não sou o prefeito da cidade. É preciso protestar na prefeitura. Esta luta é antiga. Já marquei uma reunião três vezes com o prefeito ACM Neto, mas em todas ele cancelou. Vou levar este caso dos garotos para ele”, bradou Alexi, quando soube do itinerário dos torcedores.
Perigos – Para o delegado Carlos Habib, da 10ª delegacia, o caso é mais amplo do que parece. “É complicado responder, pois envolve outras coisas além da segurança. É a iluminação pública, a falta de transporte… Vai muito além do que imaginamos”, disse.
Carlos também assegura que precisa da colaboração do torcedor, principalmente nos boletins de ocorrência. “Posso lhe dizer que não existe um aumento de ocorrência nos dias de jogos. Eu preciso que o torcedor venha até nós para registrar queixa e descrever os criminosos”, pediu Habib.
Para a Transalvador, de fato os ônibus existem, mas são raros. “Os ônibus vão até determinados pontos (veja quatro). Algumas empresas circulam com ônibus extras, mas são poucos quando comparamos com a demanda”, disse um agente, que preferiu o anonimato.
Enquanto a reportagem acompanhou a saída de Caio, Caíque e Ícaro, nenhum ônibus passou. Eles ficaram  entre 23h50 e 00h50, e nada de buzu. “Pior que não tenho vergonha na cara. Próximo jogo venho torcer e me arriscar novamente”, finalizou Caíque.

As vias para sair do Barradão de ônibus:

Rua Artêmio Valente: Caminhada de 1,8 km até os pontos de ônibus. Caso não tenha, precisa andar mais 5,1 km até a Paralela
Via Regional: São 300m até os ônibus. Caso não passe, é preciso caminhar 1,5 km até São Marcos para quem quer coletivo para Pirajá ou Paralela. Em situações extremas, é preciso mais 9,8 km andando até a Paralela, pelo São Rafael.
Av. Aliomar Baleeiro: Pouco mais de 200 metros andando. Lá, transportes clandestinos, como topics e mototaxis, ajudam na locomoção.

Fonte : Leão minha Paixão e A Tarde

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